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Reforma tributária agronegócio: impactos jurídicos essenciais para advogados

Artigo de Direito
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O Impacto Jurídico da Reforma Tributária no Setor do Agronegócio

A recente reforma tributária brasileira tem gerado ampla discussão no meio jurídico pelo potencial de transformar profundamente a tributação incidente sobre o agronegócio. O tema se revela interdisciplinar, exigindo leitura atenta das principais normas constitucionais e infraconstitucionais que regem o Sistema Tributário Nacional e sua aplicação à cadeia produtiva agrícola e pecuária, marcada historicamente por benefícios fiscais, regimes diferenciados e uma estrutura tributária complexa.

Fundamentos Constitucionais e a Nova Estrutura dos Tributos

A partir da Emenda Constitucional n.º 132/2023, a Constituição Federal passou a dispor sobre um novo arranjo federativo para os tributos sobre o consumo. O texto constitucional agora prevê, em substituição a diversos tributos (PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS), a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), além do Imposto Seletivo.

O artigo 155 da Constituição ganhou nova redação, detalhando a competência dos entes federativos para a cobrança do IBS, enquanto o artigo 195 preserva a competência da União para as contribuições sociais. O agronegócio, setor que responde por parcela significativa do PIB nacional e apresenta fluxos comerciais internos e externos relevantes, será diretamente impactado por esta mudança.

Princípios Gerais do Direito Tributário Afetados

Ao analisar a reforma sob a ótica dos princípios do Direito Tributário, destacam-se:

– Capacidade contributiva (CF, art. 145, §1º): a constitucionalização da necessidade de tributar na medida da possibilidade econômica do contribuinte.
– Seletividade e essencialidade (CF, art. 153, §3º, I): que orientam a técnica de graduação das alíquotas tributárias conforme a essencialidade do bem ou serviço.
– Vedação ao confisco (CF, art. 150, IV).
– Legalidade e anterioridade.

A substituição de diferentes tributos por um sistema dual busca racionalizar a arrecadação, mas desafia a análise jurídica quanto à preservação destes princípios e à segurança jurídica de segmentos como o agronegócio, tradicionalmente beneficiado por tratamentos tributários especiais.

Regimes Diferenciados e Oportunidades de Planejamento

Historicamente, a legislação tributária destinava ao produtor rural, cooperativas, agroindústrias e exportadores regimes diferenciados (ex: isenções, créditos presumidos, desonerações de exportação – artigo 149, §2º, I da CF). O novo modelo busca reduzir a quantidade de regimes específicos, embora mantenha alguns benefícios para segmentos estratégicos.

A unificação de tributos propicia maior transparência, mas pode reduzir a flexibilidade para concessão de incentivos fiscais regionais e setoriais, tradicionalmente usados para fortalecer o agronegócio. Isso exigirá revisão dos planejamentos fiscais existentes, cautela na análise de cada etapa do ciclo produtivo e atenção às novas possibilidades de crédito e ressarcimento.

O domínio do novo cenário normativo será fundamental para advogados tributaristas que atuam para clientes do setor rural. Aprofundar-se na matéria, inclusive na jurisprudência relacionada e técnicas de contencioso e consultivo, tornou-se imprescindível para orientar empresas na adequação dos custos e riscos decorrentes da transição tributária. Uma excelente oportunidade para isso é a Pós-Graduação em O Novo Direito Tributário com a Reforma Tributária, que explora todas as repercussões práticas e teóricas desse novo cenário.

Cadeia Produtiva, Acumulatividade e Crédito Tributário

O conceito de não cumulatividade é central no novo modelo. Tanto IBS quanto CBS, segundo as propostas aprovadas, deverão observar o sistema de crédito amplo, em que o imposto incidente sobre as operações antecedentes pode ser deduzido do valor devido nas operações subsequentes. Isso tende a beneficiar cadeias produtivas longas, característica marcante do agro brasileiro.

Por outro lado, as restrições a determinados créditos e a definição do que é insumo para fins de aproveitamento podem provocar debates relevantes, especialmente após a jurisprudência do STJ na definição de insumo para fins de PIS/COFINS (REsp 1.221.170/PR). A clareza no conceito de insumo, essencial para quem elabora planejamento tributário no agro, será desafiante.

A correta apuração, documentação e conformidade dos créditos tributários tornam-se pilares de sustentabilidade e competitividade para as empresas agrícolas. Advogados devem atentar ainda para os critérios de restituição ou ressarcimento, que ganharam novas regras em função da sistemática não cumulativa generalizada.

Exportação e Imunidade Tributária

A imunidade das exportações, prevista no artigo 149, §2º, I da CF, permanece como um mecanismo relevante de proteção do setor exportador, no qual o agronegócio brasileiro é protagonista global. Apesar da reforma pretender respeitar a desoneração das exportações, a transição de regimes e o novo cálculo dos créditos acumulados podem gerar desafios técnicos, inclusive em relação à restituição tempestiva destes créditos.

Papel do Advogado na Transição e na Defesa dos Contribuintes

A interpretação da legislação de transição será fundamental, dado o longo prazo de migração dos atuais tributos para o novo sistema, conforme cronograma definido nos diplomas complementares. Questões relativas à substituição tributária, regimes monofásicos, zona franca e incentivos regionais ainda demandarão esclarecimentos normativos e, certamente, gerarão contenciosos.

Neste contexto, o advogado deve ser protagonista na construção de teses, no compliance fiscal e na estruturação do negócio para mitigar riscos, além da defesa em eventuais autuações. É importante aprofundar-se em direito material e processual tributário, dominando aspectos práticos e estratégicos, e conhecendo disciplinas adjacentes, como a Pós-Graduação em Direito do Agronegócio, que integra elementos de tributação, regulação, contratos, meio ambiente, entre outros.

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Insights Finais

A reestruturação do sistema tributário brasileiro representa desafio e oportunidade. O agronegócio, pela amplitude de sua cadeia e sua importância econômica, será especialmente sensível às mudanças. O profissional do Direito deve estar atualizado e preparado para interpretar as normas, auxiliar seus clientes na adaptação de estratégias e buscar soluções inovadoras para a nova realidade.

Dominar profundamente os impactos da reforma tributária é condição para atuar de forma diferenciada e estratégica, seja consultivamente, seja no contencioso. O advogado que se especializar e compreender as nuances deste novo cenário certamente ampliará seu valor percebido no mercado.

Perguntas e Respostas

1. Como a não cumulatividade afeta o agricultor e a agroindústria?

A não cumulatividade permite que o imposto pago nas etapas anteriores seja descontado do valor devido nas etapas seguintes, reduzindo a incidência em cascata e tornando a tributação mais eficiente. Contudo, a definição dos insumos que geram direito a crédito será um ponto central de discussão.

2. Quais benefícios fiscais ou regimes diferenciados tendem a ser mantidos?

A reforma indica a manutenção de poucos regimes especiais, priorizando a simplificação do sistema. Alguns benefícios, principalmente para exportação e produtos essenciais, devem ser preservados, mas haverá restrições e necessária adaptação.

3. As exportações do agronegócio continuam desoneradas?

Sim, a imunidade tributária nas exportações (CF, art. 149, §2º, I) permanece. Contudo, a operacionalização dos créditos acumulados e seu ressarcimento imediato dependerão da regulamentação infraconstitucional detalhada.

4. Quais os riscos de aumento de carga tributária para o setor?

Existe risco de aumento em alguns segmentos, especialmente se benefícios e regimes especiais forem eliminados ou reduzidos. O acompanhamento atento da legislação complementar será essencial para avaliação precisa.

5. Como o advogado pode atuar de forma estratégica nessa transição?

O advogado pode assessorar clientes na revisão de planejamentos tributários, reestruturar operações para o novo modelo, propor teses para defesa em casos de autuações e buscar adequações contratuais que mitiguem riscos tributários, além de orientar na documentação e no compliance fiscal.

Conclusão

O Direito Tributário aplicado ao agronegócio entra em um novo ciclo com a reforma, exigindo atualização constante, visão estratégica e domínio das normas e princípios fundamentais. O profissional preparado se destacará nesse contexto, acompanhando o dinamismo e a complexidade do sistema brasileiro em transformação.

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Acesse a lei relacionada em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Este artigo teve a curadoria da equipe da Legale Educacional e foi escrito utilizando inteligência artificial a partir do seu conteúdo original disponível em https://www.conjur.com.br/2025-out-18/como-o-fim-de-beneficios-e-as-novas-regras-da-reforma-tributaria-alteram-os-custos-do-agronegocio/.

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