Títulos públicos são instrumentos de dívida emitidos pelo governo com o objetivo de captar recursos junto à sociedade para financiar suas atividades, como investimentos em infraestrutura, saúde, educação, entre outras despesas públicas. Ao adquirir um título público, o investidor está emprestando dinheiro ao Estado, que em troca se compromete a devolver o valor corrigido por juros após um determinado período. Esses títulos são considerados uma das formas mais seguras de investimento no mercado financeiro, uma vez que o risco de calote por parte do governo é geralmente muito baixo, sobretudo quando se trata de países com economia estável.
No Brasil, os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional e disponibilizados ao público por meio do Programa Tesouro Direto, criado em parceria com a Bolsa de Valores. Esse programa tem como finalidade democratizar o acesso dos cidadãos aos investimentos em títulos públicos, permitindo que pessoas físicas adquiram esses papéis com facilidade e valores acessíveis por meio da internet. Entre os principais tipos de títulos oferecidos no mercado brasileiro estão o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA. O Tesouro Selic é atrelado à taxa básica de juros da economia e costuma ser indicado para quem busca alta liquidez e segurança. O Tesouro Prefixado garante uma rentabilidade fixa no vencimento, sendo mais adequado para investidores que acreditam em estabilidade ou queda da taxa de juros. Já o Tesouro IPCA assegura uma rentabilidade real, ou seja, acima da inflação, protegendo o poder de compra do investidor ao longo do tempo.
A negociação de títulos públicos pode ocorrer tanto no mercado primário, quando são adquiridos diretamente do Tesouro Nacional por meio do Tesouro Direto, quanto no mercado secundário, quando são negociados entre investidores por meio das corretoras e instituições financeiras. Além disso, os títulos públicos podem ter prazos de vencimento variados e diferentes formas de remuneração, como juros simples ou compostos, pagos periodicamente ou acumulados até o vencimento.
Do ponto de vista jurídico, os títulos públicos são considerados valores mobiliários, conforme estabelece a legislação brasileira, e sua emissão encontra respaldo na Lei de Responsabilidade Fiscal e em normas do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional. Esses documentos formalizam a obrigação do Estado de pagar ao portador uma quantia determinada, agregada de rendimentos previamente definidos ou indexados a algum índice econômico. São, portanto, documentos representativos de dívidas públicas e, por isso, também estão sujeitos a planejamento orçamentário, controle legislativo e prestação de contas pública.
A posse de títulos públicos, além de representar um investimento para o indivíduo, também impacta diretamente na economia nacional. Quanto maior a demanda por esses papéis, maiores podem ser os recursos disponíveis para o governo sem necessidade de elevação de impostos ou aumento da dívida externa. Por outro lado, quando os investidores exigem juros mais altos para adquiri-los, isso pode indicar desconfiança quanto às condições econômicas do país ou à capacidade do governo de honrar seus compromissos, o que pode dificultar o financiamento estatal e elevar o custo da dívida pública.
Portanto, títulos públicos são ferramentas essenciais tanto para o financiamento do Estado quanto para o portfólio de investimentos de pessoas físicas e jurídicas, unindo segurança, previsibilidade e acessibilidade em sua aplicação.