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Responsabilidade Civil: Análise dos Artigos 932 e 694 do CC

Artigo de Direito
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A Responsabilidade Civil no Direito Brasileiro

A responsabilidade civil é um dos alicerces do Direito das Obrigações no Brasil, englobando o dever de reparar danos causados a terceiros. No contexto do Código Civil, ela é estabelecida não apenas como uma obrigação compensatória, mas também como um mecanismo de prevenção e justiça.

Fundamentos da Responsabilidade do Comitente

No âmbito da responsabilidade civil, um comitente é aquele que delega a execução de uma tarefa ou um serviço a outra pessoa. A responsabilidade do comitente é regida pelo artigo 932 do Código Civil, que aponta circunstâncias específicas nas quais o comitente é considerado responsável pelos atos de seus prepostos.

Artigo 932, Inciso III: Uma Visão Detalhada

O Artigo 932, inciso III, do Código Civil brasileiro estabelece que os comitentes são responsáveis pelos atos cometidos por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de funções a eles atribuídas, ou em razão delas. Esta responsabilidade é de natureza objetiva, ou seja, independe de culpa.

Esta disposição legal visa assegurar que a parte mais robusta da relação, o comitente, arque com eventuais danos causados por terceiros aos quais delegou suas funções. Dessa forma, protege-se o terceiro prejudicado que, sem ter que provar a culpa direta do comitente, pode buscar a reparação diretamente deste.

A Perspectiva Contratual: Artigo 694

O artigo 694 do Código Civil trata especificamente da relação entre comitente e comissário dentro do contrato de comissão, um tipo particular de contrato mercantil. Embora sua essência não se resuma à responsabilidade por atos ilícitos, inclui aspectos relevantes sobre como as delegações de tarefa influenciam nas obrigações e responsabilidades.

Portanto, uma análise completa do artigo 694 também se faz necessária, pois ele esclarece o papel e as obrigações do comissário em relação ao comitente. Nele, se estabelece que o comissário deve seguir as instruções do comitente e proteger os interesses dele com o zelo esperado de um profissional diligente.

Inter-relação entre os Artigos e Suas Implicações Jurídicas

A compreensão da inter-relação entre os artigos 932 e 694 é crucial para responder a situações em que atos de prepostos resultam em responsabilidade civil. O ponto fulcral é que, enquanto o artigo 932 regula a responsabilidade do comitente por atos dos seus prepostos, o artigo 694 estabelece como essa relação contratual deve ser gerida.

A Aplicação da Responsabilidade Objetiva

A responsabilidade objetiva conforme indicada no artigo 932 significa que o comitente responde pelos danos independentemente de sua conduta culposa. Esta responsabilidade busca assegurar a proteção dos direitos de terceiros prejudicados por aqueles que atuam em nome do comitente.

Por exemplo, se um funcionário de uma empresa comete um erro durante o exercício de sua função, e este erro causa um dano a um terceiro, a responsabilidade pelo ressarcimento recai diretamente sobre a empresa, não importando se esta acompanhou ou não a atuação do funcionário de perto.

Instruções Contratuais e Dever de Cuidado

No contexto do artigo 694, o comitente deve instruir o comissário adequadamente e, ao mesmo tempo, o comissário deve atuar com cuidado esperado de um bom profissional. Num cenário de conflito de normas, onde atos do comissário resultam em danos, ainda recai sobre o comitente a responsabilidade de reparação, especialmente se for comprovado que as instruções recebidas foram devidamente seguidas pelo comissário.

Impactos para a Prática Jurídica

As nuances desses artigos têm impactos significativos na prática do Direito, especialmente no campo do Direito Empresarial e Obrigações. Advogados precisam entender as minúcias de cada artigo para melhor aconselhar seus clientes sobre como estruturar suas relações contratuais e gerenciar os riscos associados.

Exemplos Práticos e Jurisprudências

Exemplos práticos frequentemente discutidos em jurisprudências incluem empresas respondendo por acidentes causados por seus motoristas ou instituições respondendo por erros de seus funcionários. A jurisprudência tende a reforçar a ideia de que a proteção ao terceiro prejudicado continua sendo uma prioridade, assegurando-lhe uma forma mais fácil de buscar reparação.

Recomendações para Empresas e Advogados

Para empresas, é essencial adotar práticas robustas de seleção e treinamento de funcionários, além de assegurar que todos os prepostos estejam cientes e alinhados com as normativas internas e externas que norteiam suas funções.

Para os advogados, é fundamental monitorar as inovações legislativas e judiciais que possam reinterpretar a amplitude e os limites da responsabilidade do comitente, sempre orientando seus clientes sobre os riscos e medidas preventivas.

Conclusão

A análise dos artigos 932 e 694 do Código Civil brasileiro revela a complexidade e as implicações práticas da responsabilidade do comitente. Essa responsabilidade, que visa proteger terceiros lesados por atos de prepostos, impõe uma carga significativa a empresas e indivíduos que desempenham o papel de comitentes. Um entendimento claro dessas disposições, aliado a práticas de gestão adequadas e estratégias de mitigação de risco, é vital para cumprir as expectativas legais e minimizar a exposição a litígios.

Perguntas Frequentes

1.

Qual a principal diferença entre a responsabilidade civil objetiva e subjetiva?

A responsabilidade objetiva independe de comprovação de culpa, bastando o nexo causal entre a ação e o dano. Já a responsabilidade subjetiva requer a comprovação de culpa ou dolo por parte do agente.

2.

Como o comitente pode se proteger da responsabilidade por atos de seus prepostos?

Medidas incluem a implementação de um bom programa de compliance, treinamento adequado de funcionários e documentação clara de instruções e procedimentos.

3.

A responsabilidade objetiva do comitente prevalece sobre acordos contratuais que tentem excluí-la?

Em geral, jurisprudências indicam que cláusulas excludentes de responsabilidade em prejuízo de terceiros são nulas, dada a proteção prioritária aos direitos do lesado.

4.

Quais são as alternativas jurídicas para o comitente reaver o prejuízo causado pelo preposto?

O comitente pode buscar reparação através de uma ação de regresso contra o preposto, caso consiga comprovar a má-fé ou culpa deste.

5.

O que pode ser feito caso o preposto atue fora dos limites estabelecidos pelo comitente?

O comitente, em princípio, não responde por atos que o preposto realize fora do âmbito de suas atribuições, salvo se ficar comprovado que o comitente contribuiu para a ocorrência do dano por omissão ou negligência.

Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto na Wikipedia.

Acesse a lei relacionada em Código Civil Brasileiro – Lei 10.406/2002

Este artigo foi escrito utilizando inteligência artificial a partir de uma fonte e teve a curadoria de Marcelo Tadeu Cometti, CEO da Legale Educacional S.A. Marcelo é advogado com ampla experiência em direito societário, especializado em operações de fusões e aquisições, planejamento sucessório e patrimonial, mediação de conflitos societários e recuperação de empresas. É cofundador da EBRADI – Escola Brasileira de Direito (2016) e foi Diretor Executivo da Ânima Educação (2016-2021), onde idealizou e liderou a área de conteúdo digital para cursos livres e de pós-graduação em Direito.

Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2001), também é especialista em Direito Empresarial (2004) e mestre em Direito das Relações Sociais (2007) pela mesma instituição. Atualmente, é doutorando em Direito Comercial pela Universidade de São Paulo (USP).Exerceu a função de vogal julgador da IV Turma da Junta Comercial do Estado de São Paulo (2011-2013), representando o Governo do Estado. É sócio fundador do escritório Cometti, Figueiredo, Cepera, Prazak Advogados Associados, e iniciou sua trajetória como associado no renomado escritório Machado Meyer Sendacz e Opice Advogados (1999-2003).

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