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Homicídio culposo

Homicídio culposo é uma modalidade de homicídio caracterizada pela morte de uma pessoa causada por ação ou omissão de outra sem a intenção de matar, mas em razão da imprudência, negligência ou imperícia do agente. Ao contrário do homicídio doloso, em que há intenção ou pelo menos a assunção do risco de causar a morte, no homicídio culposo o autor não deseja o resultado morte, e este acaba ocorrendo por falha no dever de cuidado.

A imprudência no homicídio culposo ocorre quando o agente pratica uma ação perigosa sem os cuidados mínimos exigidos, como dirigir em alta velocidade em local inadequado. A negligência se dá quando há omissão do cuidado necessário, como não realizar a manutenção de equipamentos de segurança. Já a imperícia diz respeito à incapacidade técnica do agente em realizar uma atividade da qual ele deveria ter conhecimento adequado, como um médico que comete erro grave durante uma cirurgia simples por desconhecimento de procedimento essencial.

No ordenamento jurídico brasileiro, o homicídio culposo está previsto no artigo 121, parágrafo terceiro, do Código Penal. A pena prevista é mais branda do que a do homicídio doloso, justamente por não haver intenção de matar. A sanção varia de um a três anos de detenção, podendo ser aumentada ou diminuída em determinadas circunstâncias previstas em lei. Existem causas que qualificam a conduta ou acarretam aumento de pena, como se o homicídio for praticado na condução de veículo automotor com violação das regras do Código de Trânsito Brasileiro, ou se o agente deixa de prestar socorro imediato à vítima.

Apesar de tratar-se de um crime menos grave em relação ao homicídio doloso, o homicídio culposo repercute fortemente na esfera da responsabilidade civil, podendo gerar obrigação de indenizar aos familiares da vítima. Além disso, dependendo das circunstâncias, ele pode deixar de ser punido nos casos em que o agente sofre com a morte da vítima sofrimento tão intenso que a pena se torna desnecessária, conforme previsto pelo artigo 121, parágrafo quinto, do Código Penal. Essa figura é chamada de perdão judicial.

O processo de apuração do homicídio culposo exige perícia técnica para se entender se houve ou não violação do dever de cuidado. Muitas vezes o julgamento envolve grande carga emocional por parte dos envolvidos e da sociedade, pois embora não haja dolo por parte do agente, o resultado trágico da morte tende a gerar sentimentos de comoção e clamor por justiça.

É importante destacar que para a configuração do crime culposo, deve haver prova de que a conduta do agente foi determinante para o resultado morte e que a violação dos deveres objetivos de cuidado foi significativa. Caso contrário, pode-se falar em fato atípico ou até mesmo em excludentes de ilicitude, como caso fortuito ou força maior.

Em suma, homicídio culposo é o tipo penal que pune a conduta daquele que, mesmo sem intenção, causa a morte de outro por agir de maneira negligente, imprudente ou imperita, representando uma forma de responsabilização voltada a proteger a vida contra ações humanas descuidadas ou incompetentes.

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