Estelionato é um crime previsto no Código Penal Brasileiro que consiste em obter, para si ou para terceiros, vantagem ilícita em prejuízo de outra pessoa mediante o uso de fraude ou artifício enganoso. Trata-se de um delito patrimonial caracterizado pelo engano empregado pelo agente para induzir a vítima a erro, levando-a a dispor de bens, valores ou serviços em favor do infrator.
O crime de estelionato está tipificado no artigo 171 do Código Penal e pode ocorrer de diversas formas, dependendo da conduta do agente e do meio fraudulento utilizado. Os elementos essenciais para a configuração do estelionato incluem o uso de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento para ludibriar a vítima, a obtenção de vantagem ilícita e a existência de prejuízo para a parte enganada.
A fraude pode se manifestar de formas variadas, como falsas promessas, documentos falsificados, omissão de informações relevantes ou qualquer manobra utilizada para induzir a vítima a acreditar em algo que não condiz com a realidade. Dentre os exemplos mais comuns de estelionato estão golpes como a venda de bens inexistentes, cheques sem fundos, fraude eletrônica, estelionato sentimental, fraudes bancárias e golpes praticados por meio da internet.
O delito de estelionato exige dolo específico, ou seja, a intenção do agente de enganar a vítima para obter vantagem indevida. Caso o agente apenas prometa algo sem que tenha a intenção inicial de enganar, pode configurar uma situação cível, como inadimplência contratual, e não necessariamente um crime.
A pena prevista para o crime de estelionato é de reclusão de um a cinco anos e multa. No entanto, a legislação prevê algumas modalidades qualificadas que aumentam a pena, como quando o crime é cometido contra idosos, entidades de assistência social ou instituições financeiras. Além disso, com as mudanças legislativas no Brasil, houve uma alteração relevante, tornando a ação penal do estelionato, em regra, condicionada à representação da vítima, salvo algumas exceções previstas em lei. Isso significa que, para que a investigação e o processo criminal se iniciem, a vítima precisa manifestar interesse na persecução penal.
A relevância do crime de estelionato na sociedade decorre da sua frequência e do impacto causado às vítimas, que podem sofrer grandes prejuízos financeiros. Com o avanço das tecnologias, novas formas de estelionato surgem constantemente, como as fraudes virtuais e golpes por redes sociais, aumentando os desafios para a prevenção e o combate a esse crime. Para evitar ser vítima desse tipo de delito, é recomendável adotar precauções, como verificar a autenticidade de transações, desconfiar de ofertas muito vantajosas, conferir a identidade dos envolvidos em negociações e não compartilhar dados pessoais ou bancários com desconhecidos.