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Estabilidade Acidentária: Direitos e Deveres do Empregado após Acidente

Introdução à Estabilidade Acidentária

A estabilidade acidentária é um dos direitos mais relevantes do empregado acidentado prevista na legislação trabalhista brasileira. Esse direito visa proteger o trabalhador que sofreu um acidente de trabalho, assegurando a sua permanência na empresa após a recuperação, o que é essencial para garantir não apenas a sua dignidade, mas também a sua reinserção no mercado de trabalho. Nesse contexto, é importante compreender os conceitos envolvidos e o embasamento legal que fundamenta essa proteção.

Conceito de Estabilidade Acidentária

A estabilidade acidentária refere-se à garantia de emprego do trabalhador que sofreu um acidente de trabalho e ficou afastado por um período determinado. Compreende o direito do trabalhador à manutenção de seu emprego por um período de 12 meses após a alta médica. Essa proteção tem como fundamento a necessidade de assegurar ao trabalhador não apenas a recuperação física, mas também a segurança financeira durante o seu retorno ao ambiente laboral.

Base Legal da Estabilidade Acidentária

A previsão legal da estabilidade acidentária está contida no artigo 118 da Lei nº 8.213/1991, que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social. Segundo essa norma, o empregado que sofreu um acidente de trabalho e ficou em gozo de auxílio-doença acidentário faz jus à estabilidade de 12 meses após o término do afastamento. Essa proteção não só confere um direito ao trabalhador, mas também estabelece um dever para o empregador, assegurando que o trabalhador não seja demitido sem justa causa nesse período.

Requisitos para a Estabilidade Acidentária

Para que a estabilidade acidentária seja aplicada, é necessário que o empregado comprove algumas condições fundamentais. Em primeiro lugar, o acidente de trabalho deve ser devidamente comunicado ao empregador e registrado nas condições específicas previstas pela legislação. Além disso, o empregado deve ter recebido o auxílio-doença acidentário, que comprova a sua incapacidade para o trabalho em decorrência do acidente.

Interrupção da Estabilidade Acidentária

É importante destacar que a estabilidade acidentária não é absoluta e pode ser contestada sob condições específicas. A demissão do trabalhador pode ocorrer por justa causa, conforme prevê a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, se o empregador comprovar que o empregado foi capaz de retomar suas atividades laborais de forma integral e satisfatória, isso poderá influenciar na análise da manutenção ou não da estabilidade.

O Impacto da Nova Contratação sobre a Estabilidade

Uma questão que frequentemente surge é se a nova contratação de um empregado que já havia gozado da estabilidade acidentária pode afastar o direito à proteção. A jurisprudência tem se posicionado no sentido de que a estabilidade é um direito pessoal e intransferível, e não deve ser comprometido mesmo que o trabalhador venha a assumir um novo emprego. Assim, o exercício de uma nova função ou a realização de uma nova atividade profissional não anula a estabilidade anteriormente adquirida.

Considerações Finais

A estabilidade acidentária é um tema relevante no Direito do Trabalho, pois reflete a proteção que deve ser oferecida ao trabalhador em situações de vulnerabilidade. A Constituição Federal e a legislação trabalhista brasileira garantem essa estabilidade, reconhecendo a importância da saúde e segurança do trabalhador. Advogados e profissionais do Direito devem estar atentos a esse direito, tanto para orientar trabalhadores quanto para assessorar empregadores na correta aplicação das normas, garantindo assim um ambiente laboral justo e respeitoso.

Compreender os direitos e deveres relacionados à estabilidade acidentária é fundamental para uma atuação profissional eficaz na esfera trabalhista, especialmente ao lidar com situações que envolvem acidentes de trabalho e suas consequências legais.

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Este artigo teve a curadoria de Marcelo Tadeu Cometti, CEO da Legale Educacional S.A. Marcelo é advogado com ampla experiência em direito societário, especializado em operações de fusões e aquisições, planejamento sucessório e patrimonial, mediação de conflitos societários e recuperação de empresas. É cofundador da EBRADI – Escola Brasileira de Direito (2016) e foi Diretor Executivo da Ânima Educação (2016-2021), onde idealizou e liderou a área de conteúdo digital para cursos livres e de pós-graduação em Direito.

Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2001), também é especialista em Direito Empresarial (2004) e mestre em Direito das Relações Sociais (2007) pela mesma instituição. Atualmente, é doutorando em Direito Comercial pela Universidade de São Paulo (USP).Exerceu a função de vogal julgador da IV Turma da Junta Comercial do Estado de São Paulo (2011-2013), representando o Governo do Estado. É sócio fundador do escritório Cometti, Figueiredo, Cepera, Prazak Advogados Associados, e iniciou sua trajetória como associado no renomado escritório Machado Meyer Sendacz e Opice Advogados (1999-2003).

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