Encargos sociais são valores financeiros obrigatórios que os empregadores devem recolher ao governo ou a entidades específicas em razão da contratação de empregados, sendo uma parte fundamental do custo da folha de pagamento nas organizações. Esses encargos têm como principal finalidade financiar a seguridade social e garantir direitos trabalhistas previstos na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional brasileira, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Eles se referem às contribuições vinculadas diretamente à existência da relação de emprego e visam proporcionar aos trabalhadores proteção social e acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, seguro-desemprego, licença-maternidade, bem como outras garantias relacionadas à saúde e ao bem-estar.
Os principais encargos sociais pagos pelo empregador incluem a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que financia a Previdência Social, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que funciona como uma poupança vinculada ao contrato de trabalho do empregado, bem como outras contribuições destinadas a entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Sistema S e o salário-educação. Há ainda contribuições específicas voltadas a determinadas categorias profissionais por intermédio de sindicatos ou conselhos de classe.
O percentual dos encargos sociais varia conforme a legislação vigente, o porte da empresa e o regime tributário ao qual o empregador está submetido. Em geral, esses encargos podem significar um acréscimo de 60 por cento ou mais sobre o valor do salário nominal dos empregados, o que os torna um elemento significativo nos custos operacionais das empresas. Por esse motivo, os encargos sociais representam um fator relevante a ser considerado tanto na gestão financeira de uma organização quanto nas decisões estratégicas relacionadas à contratação de pessoal.
Do ponto de vista jurídico, o não recolhimento ou o recolhimento inadequado dos encargos sociais pode acarretar penalidades administrativas, multas e até ações judiciais por parte dos órgãos fiscalizadores ou dos próprios trabalhadores prejudicados. Portanto, o cumprimento das obrigações relativas aos encargos sociais é essencial não apenas para a manutenção da regularidade jurídica das organizações, mas também para assegurar os direitos fundamentais dos trabalhadores.
Além disso, os encargos sociais são frequentemente tema de discussões políticas e econômicas, sendo objeto de propostas de reforma com o objetivo de estimular a formalização do trabalho, aumentar a competitividade das empresas e simplificar o sistema tributário. Apesar disso, é consenso que os encargos exercem um papel importante na promoção da justiça social e na sustentação das políticas públicas de saúde, previdência e assistência no Brasil.