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Ação de regresso no Código Civil: fundamentos e aplicação

Artigo de Direito
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Previsão Legal e Hipóteses de Cabimento

O Código Civil brasileiro prevê a ação de regresso em diversas hipóteses. Além do artigo 934, outras disposições tratam do instituto, como o artigo 283, que aborda a solidariedade, e o artigo 768, que permite ao segurador, após pagar a indenização, acionar o causador do dano.

Na prática, o regresso se manifesta em circunstâncias como:
– Responsabilidade solidária ou subsidiária, em que um dos devedores quita integralmente a dívida e busca dos demais a restituição proporcional.
– Vínculos contratuais que prevejam o reembolso de prejuízos causados por uma das partes.
– Situações de responsabilidade civil indireta, como no caso de empregador que indeniza por ato ilícito praticado por empregado e busca reaver o que pagou.

Elementos Essenciais para a Propositura

Para que a ação de regresso prospere, é necessário que existam alguns requisitos fundamentais. O primeiro é o pagamento efetivo pelo autor da indenização ou obrigação, ainda que parcial. Sem a quitação, não há que se falar em sub-rogação ou reembolso.

Além disso, é imprescindível demonstrar o nexo causal entre a conduta do réu e o prejuízo indenizado. O ônus probatório, nesse contexto, recai sobre o autor da ação de regresso, que deve comprovar a obrigação satisfeita, o pagamento realizado e a responsabilidade exclusiva ou preponderante do réu pelo dano.

O prazo prescricional varia conforme a natureza da relação. Em regra, aplica-se o prazo trienal do artigo 206, §3º, V, do Código Civil, relativo à responsabilidade civil. Quando houver contrato que regule a obrigação de reembolso, o prazo poderá ser o quinquenal, nos termos do artigo 206, §5º.

Ação de Regresso no Contexto Contratual

No âmbito contratual, a ação de regresso ganha relevância quando uma das partes, em razão de cláusulas específicas, assume obrigações perante terceiros e depois busca ressarcimento daquele que deu causa ao descumprimento.

O contrato pode prever expressamente hipóteses de ressarcimento e delimitar as condições e valores que serão objeto de regresso. Essa previsão contratual não afasta a incidência das normas legais, servindo como reforço à segurança jurídica e à previsibilidade entre as partes.

O Judiciário, ao analisar ações de regresso fundadas em contratos, avalia tanto a validade e exequibilidade das cláusulas quanto a prova do nexo causal e do pagamento realizado.

Responsabilidade Solidária e Direito de Regresso

A solidariedade passiva, prevista no artigo 275 do Código Civil, impõe a qualquer dos devedores a obrigação de pagar o todo ao credor. Após o pagamento, surge o direito de regresso contra os coobrigados, para que suportem, proporcionalmente, a parcela que lhes compete.

Esse mecanismo garante a efetividade da satisfação do crédito ao credor e a justa repartição interna do ônus. O regresso, em tais casos, é ação autônoma, que pode ser ajuizada contra um ou mais coobrigados, conforme a fração que lhes caiba.

Prática Processual e Aspectos Estratégicos

Na prática advocatícia, o ajuizamento de ação de regresso exige uma análise prévia de viabilidade, com especial atenção à prova documental do pagamento e do vínculo obrigacional entre as partes. É comum a necessidade de instruir a inicial com recibos, comprovantes de transferência, sentença condenatória ou acordo homologado judicialmente que gerou a obrigação.

O advogado deve avaliar também a melhor forma de cálculo para definir o valor da causa e eventual atualização monetária do crédito, considerando a data do desembolso e os índices aplicáveis.

Em se tratando de litígios complexos ou com pluralidade de responsáveis, muitas vezes se revela prudente avaliar a possibilidade de denunciação da lide, prevista no artigo 125 do Código de Processo Civil, ainda durante o processo originário. Tal medida pode economizar tempo e recursos, evitando ação autônoma posterior.

Entendimentos Jurisprudenciais Relevantes

A jurisprudência brasileira reforça que o direito de regresso é autônomo e não depende da concordância ou reconhecimento pelo devedor principal na obrigação original. Pagamento e prova do vínculo obrigacional são suficientes.

O Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento de que o ajuizamento da ação de regresso independe de prévia notificação extrajudicial do devedor, desde que presentes os requisitos legais. Também enfatiza que, nos casos de culpa concorrente, o regresso poderá se dar parcialmente, conforme o grau de contribuição para o dano.

Aprofundamento e Instrumentos de Atuação

O domínio técnico da ação de regresso, tanto sob a ótica material quanto processual, é diferencial competitivo para o profissional do Direito. Isso vale tanto para a advocacia cível quanto para áreas correlatas, como Direito Empresarial e Direito do Trabalho, nas quais o instituto é constantemente aplicado.

Para compreender com profundidade não apenas os fundamentos, mas também a estratégia processual e os desdobramentos práticos do instituto, formação complementar estruturada é altamente recomendada. A Pós-Graduação em Direito Civil e Processual Civil oferece um caminho consistente para esse aprofundamento.

Prescrição e Contagem de Prazo

Um ponto de atenção especial recai sobre a prescrição. A jurisprudência majoritária entende que o prazo prescricional para a ação de regresso começa a fluir a partir do pagamento integral da obrigação, e não do evento danoso originário. Isso permite ao responsável indireto dispor de tempo razoável para organizar a cobrança.

No entanto, variações podem ocorrer, exigindo cuidado do profissional para identificar a regra aplicável a cada caso. A análise detida do contrato e do título que originou a obrigação é essencial para evitar perda de prazo.

Regresso e Relações de Consumo

No Direito do Consumidor, o artigo 88 do Código de Defesa do Consumidor também trata do direito de regresso, assegurando ao fornecedor que se responsabilizou perante o consumidor a possibilidade de cobrar do efetivo causador o valor despendido.

Essa previsão legal reforça a função reparatória e equilibradora da ação de regresso, transferindo ao verdadeiro responsável a carga da indenização e desonerando o fornecedor que pagou apenas para satisfazer o consumidor de forma célere.

Considerações Finais

A ação de regresso é um instrumento jurídico essencial para reestabelecer o equilíbrio nas relações obrigacionais e garantir que o ônus final recairá sobre o agente efetivamente responsável pelo dano. Sua correta utilização requer não apenas conhecimento das bases legais, mas também atenção às estratégias processuais, prazos e peculiaridades contratuais.

Quer dominar a atuação em ações de regresso e se destacar na advocacia? Conheça nossa Pós-Graduação em Direito Civil e Processual Civil e transforme sua carreira.

Insights sobre Ação de Regresso

A ação de regresso é poderosa ferramenta de alocação final de responsabilidades, sendo aplicável a diversos ramos do Direito.
A prova do pagamento e do vínculo obrigacional é elemento-chave para o êxito.
Estratégias processuais, como a denunciação da lide, podem evitar ações autônomas posteriores.
A atenção ao prazo prescricional é decisiva para não perder o direito de regresso.
O aprofundamento técnico coloca o profissional em posição de vantagem no mercado.

Perguntas e Respostas

O que é ação de regresso?

É a ação pela qual aquele que pagou dívida ou indenização busca ressarcimento do efetivo responsável pelo prejuízo.

Qual o prazo prescricional para ajuizar?

Em regra, três anos contados do pagamento integral, conforme artigo 206, §3º, V, do Código Civil.

É necessário notificar extrajudicialmente antes de entrar com a ação?

Não, a lei não exige notificação prévia, bastando a prova do pagamento e da obrigação.

Posso propor ação de regresso parcial?

Sim, especialmente em casos de culpa concorrente ou obrigações solidárias, cobrando apenas a parte proporcional.

Essa ação se aplica em relações de consumo?

Sim, o Código de Defesa do Consumidor garante ao fornecedor que pagou ao consumidor o direito de regresso contra o causador do dano.

Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto na Wikipedia.

Acesse a lei relacionada em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm

Este artigo teve a curadoria da equipe da Legale Educacional e foi escrito utilizando inteligência artificial a partir do seu conteúdo original disponível em https://www.conjur.com.br/2025-ago-15/acao-de-regresso-em-contrato-com-motorista-de-aplicativo/.

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