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Devido Processo Legal Policial: O Guia Essencial para Profissionais do Direito

Artigo de Direito
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O Devido Processo Legal na Atividade Policial: Fundamentos, Desafios e Prática Profissional

Introdução

O devido processo legal é um dos princípios basilares do Direito, assegurando a proteção das garantias fundamentais do indivíduo frente ao poder estatal. Tradicionalmente associado à atuação do Judiciário, o devido processo se inicia, na realidade, muito antes da fase processual judicial, estendendo-se também à atividade de polícia judiciária. Compreender a incidência e a necessidade de observância do devido processo legal desde o inquérito policial é essencial para uma atuação profissional consistente e em conformidade com o Estado de Direito.

Fundamentos Constitucionais e Legais do Devido Processo Legal

O devido processo legal está consagrado no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.” Essa cláusula geral de proteção implica não só o respeito a etapas procedimentais no Judiciário, mas também às diligências e atos praticados na persecução criminal realizada pela polícia.

Além do texto constitucional, o Código de Processo Penal (CPP) estabelece diversas regras e garantias processuais que vinculam a atuação policial – como a obrigatoriedade da presença do advogado (art. 7º do Estatuto da OAB), o respeito à integridade física e moral do investigado (art. 15 do CPP e art. 3º da Declaração Universal dos Direitos Humanos) e a necessidade de motivação dos atos restritivos de direitos mesmo que na esfera administrativa.

Devido Processo Legal: Material e Formal

A doutrina distingue dois aspectos do devido processo legal: formal e material. O aspecto formal refere-se à observância de regras procedimentais previamente estabelecidas. Já o aspecto material exige que as leis e procedimentos adotados sejam compatíveis com os direitos e garantias fundamentais, respeitando proporção e razoabilidade – corolários hermenêuticos incorporados pelo Supremo Tribunal Federal.

Na atividade policial, esse duplo aspecto exige não apenas o cumprimento literal da lei, mas também a atuação pautada em respeito à dignidade da pessoa humana, barrando excessos e ilegalidades.

A Aplicação do Devido Processo Legal na Delegacia de Polícia

Garantias no Inquérito Policial

Ainda que o inquérito policial seja considerado um procedimento administrativo e inquisitorial, não se pode ignorar a incidência dos direitos fundamentais desde essa etapa, como prevêem o artigo 5º, incisos XLIX, LXII, LXIII e LXIV, da Constituição Federal. Assim, o investigado tem assegurados: direito ao silêncio, direito à presença de advogado, comunicação imediata à família e à Defensoria, proteção contra tortura e maus-tratos, e ampla ciência das razões do indiciamento.

Tal compreensão se reforça frente aos avanços doutrinários e jurisprudenciais no reconhecimento do direito de acesso ao inquérito e da necessidade de contraditório e ampla defesa mitigados, adequados à natureza inquisitiva do procedimento.

Ato Policial e Legalidade Estrita

A atuação policial deve ser estritamente vinculada à legalidade, especialmente ao realizar diligências invasivas ou restritivas de direitos, como buscas, prisões em flagrante, abordagens e oitivas. A falta de justa causa, o excesso e o vício nos atos policiais podem ensejar nulidades processuais e responsabilidade civil e disciplinar dos agentes públicos. É nesse sentido que se evidencia o papel corretivo do devido processo legal na base da formação do conjunto probatório.

Uma abordagem aprofundada desses temas pode ser encontrada no curso de Pós-Graduação em Direito Penal e Processo Penal, fundamental para quem busca excelência e rigor técnico na atuação criminal.

Devido Processo Legal e Prova: Reflexos na Prática Processual

Valor Probatório e Cadeia de Custódia

O respeito às garantias desde o inquérito tem impacto direto na admissibilidade e na credibilidade da prova em juízo. Com a entrada em vigor da Lei nº 13.964/2019, o art. 158-A do CPP consolidou a cadeia de custódia como requisito de validade da prova material. Quebras no protocolo, violações ao contraditório e deficiências na condução dos atos investigatórios repercutem em contaminação da prova e, por consequência, em absolvição do réu ou nulidade processual.

Princípio da Persuasão Racional e Implicações

O juiz, ao valorar a prova, está balizado pelo princípio da persuasão racional (art. 155 do CPP). Isso significa que a origem, a lisura e a legalidade da prova produzida – inclusive na seara policial – são elementos fundamentais a serem ponderados na decisão judicante. A observância do devido processo legal na delegacia protege não apenas o direito de defesa, mas também a higidez da ação penal futura.

Prerrogativas da Advocacia e Fiscalização da Atividade Policial

A atuação do advogado é peça-chave na fiscalização da legalidade dos atos policiais. O Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/1994) garante prerrogativas imprescindíveis como acesso aos autos de inquérito, entrevista reservada com clientes, presença em interrogatórios e respeito à inviolabilidade de seu exercício. O efetivo controle social da atividade policial, portanto, passa pelo conhecimento e exercício adequado dessas prerrogativas, promovendo a efetividade do devido processo legal.

Além disso, o aprimoramento constante neste tema diferencia o profissional preparado para enfrentar com segurança e conhecimento a complexidade da persecução penal. O aprofundamento em cursos como a Pós-Graduação em Direito Penal e Processo Penal é decisivo para navegar com excelência essas questões no cotidiano jurídico.

Conclusão

A compreensão de que o devido processo legal se inicia já na delegacia de polícia amplia a responsabilidade dos profissionais que atuam direta ou indiretamente na persecução penal. Trata-se de visão alinhada com o Estado Constitucional e os compromissos internacionais do Brasil em matéria de direitos humanos. O conhecimento avançado sobre a incidência do devido processo legal em todos os estágios da persecução penal é, portanto, indispensável à moderna atuação jurídica.

Quer dominar o devido processo legal na esfera policial e se destacar na advocacia criminal? Conheça nossa Pós-Graduação em Direito Penal e Processo Penal e transforme sua carreira.

Insights

O devido processo legal não é prerrogativa exclusiva do Judiciário, sendo crucial já na fase preliminar da persecução penal.
Violações na fase policial podem contaminar toda a persecução, com reflexos diretos no êxito da ação penal.
A atuação preventiva e fiscalizatória da advocacia é o principal antídoto contra abusos e ilegalidades.
A cadeia de custódia e o rigor técnico dos atos investigatórios são diferenciais na produção de provas idôneas.
O aprofundamento nos fundamentos do devido processo legal qualifica o profissional a atuar tanto na defesa técnica quanto na acusação, contribuindo para o equilíbrio do sistema de justiça.

Perguntas e Respostas Frequentes

1. O que caracteriza o início do devido processo legal na persecução penal?

O devido processo legal começa na fase do inquérito policial, exigindo que todas as ações da polícia sejam realizadas dentro dos parâmetros da Constituição e das leis, respeitando direitos fundamentais do investigado.

2. Quais são as principais garantias asseguradas ao investigado na delegacia de polícia?

Direito ao silêncio, presença de advogado, integridade física e moral, comunicação à família ou pessoa indicada, e proteção contra abusos ou prisões arbitrárias.

3. A violação de garantias no inquérito pode gerar nulidades no processo judicial?

Sim. Atos ilegais ou abusivos cometidos pela polícia podem ensejar a exclusão de provas ou até mesmo a anulação de ações penais, a depender do impacto da violação na formação da culpa.

4. O advogado pode exigir acesso aos autos e participar de todos os atos investigatórios?

Sim, o Estatuto da Advocacia e decisões do STF garantem ao advogado amplo acesso aos autos do inquérito e a participação nas diligências em que o cliente for parte.

5. Por que é importante dominar o devido processo legal desde a fase policial?

Porque a correta observância das garantias processuais previne abusos, fortalece a higidez das provas e qualifica toda a atuação jurídica, seja na acusação ou na defesa, salvaguardando o Estado de Direito.

Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto na Wikipedia.

Acesse a lei relacionada em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm#art5

Este artigo teve a curadoria da equipe da Legale Educacional e foi escrito utilizando inteligência artificial a partir do seu conteúdo original disponível em https://www.conjur.com.br/2025-nov-10/o-devido-processo-legal-comeca-na-delegacia-de-policia/.

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